O chorume é uma substância líquida resultante do processo de degradação e solubilização de resíduos sólidos provenientes de lixões e aterros sanitários. É aquele líquido escuro que se encontra em áreas com acúmulo de lixo, com textura viscosa e com cheiro bastante forte. É um agente altamente poluente, já que é composto por substâncias diversas, incluindo matéria orgânica, metais pesados e outros produtos tóxicos, além de excrementos humanos e animais. Além disso, tem um grande potencial de atrair vetores de doenças.
Existem algumas formas de amenizar os danos causados pelo chorume. Evitar o desperdício de alimentos, separar corretamente o lixo reciclável, e destinar de forma consciente o óleo de cozinha, pilhas e baterias são algumas medidas individuais simples e que podem ser executadas no nosso dia a dia. Entretanto, ainda estamos distantes de uma conscientização coletiva e, diante do quadro, o tratamento do chorume tem se tornado cada vez mais essencial para o bem estar da sociedade e do meio ambiente.
O acúmulo de chorume no meio é um grande problema ambiental. Pode causar a poluição dos lençóis freáticos e outros mananciais e depósitos aquíferos subterrâneos. Mais diretamente, o chorume contamina o solo no local onde é formado, além de causar fortes impactos para a própria saúde humana e dos animais. O quadro é ainda pior se considerarmos a alta concentração de metais pesados no chorume, que podem se acumular nas cadeias alimentares por meio da irrigação de plantações, por exemplo.
Portanto, tratar corretamente esse efluente é obrigação estabelecida em lei, além de um necessário compromisso com o meio ambiente. No entanto, o processo é complexo e são muitos os indicadores que dificultam a medida. O Engenheiro Químico Antônio Mallmann, responsável técnico da M2K Tecnologia Ambiental, explica que o volume é variável em função da chuva e do processo de decomposição, a carga orgânica e poluidora na composição é elevada, e a dificuldade de atender às normas e regras ambientais exigidas são fatores que ainda desafiam os gestores públicos.
“Desse modo, operar uma estação de tratamento de chorume torna-se um desafio que necessita de muito estudo para que seja definida a melhor alternativa, levando em conta a segurança ambiental, adequação às normas sanitárias, exigências legais e garantia de qualidade do processo”, ressalta o engenheiro. E a M2K Tecnologia Ambiental é especializada no tratamento de efluentes domésticos, industriais e do chorume (liquido percolado) produzido em pequenos, médios e grandes aterros públicos e privados.
Inovação em prol do meio ambiente
Fundada em 11 de agosto de 2015, e com sede administrativa em Lajeado (RS), onde atua na recuperação das lagoas de chorume do aterro sanitário municipal, a empresa inaugurou recentemente uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) na cidade de Teutônia (RS), com capacidade para tratar até 30% de todo o chorume produzido no Rio Grande do Sul. O modelo é inspirado em tecnologias aplicadas na Alemanha e no Canadá.
A nova ETE em Teutônia possui licença da Fepam/RS para receber até 500 metros cúbicos de chorume por dia. Com isso, a empresa tem capacidade para atender aterros sanitários, empresas e indústrias que produzem efluentes, assim como as casas e prédios residenciais particulares com esgoto doméstico. O tratamento contempla as seguintes etapas: remoção de amônia, aeração, floculação, decantação, filtração com areia e osmose reversa.